Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]


O ensino superior africano, tal como o continente em que se insere, é uma realidade complexa em que a diversidade é uma característica comum, que logo se evidencia quando se procede à análise das suas potencialidades, bem como das dificuldades e perspetivas do seu desenvolvimento. Não é, porém, um caso à parte, posto que se pode descortinar no seu percurso um conjunto de desafios comuns ao ensino superior no mundo, mercê de uma série de fatores que têm condicionado as universidades no cumprimento das suas funções. Assim, a tendência para a mercadorização do ensino superior, no contexto da globalização hegemónica, e as práticas ou tentativas de instrumentalização ou condicionamento da universidade no cumprimento da sua missão, mediante políticas de regulação, financiamento e de accountability, constituem problemas comuns, engendrando, no entanto, possibilidades diferenciadas de posicionamento da universidade, em função dos contextos e interesses dominantes nos diversos países e regiões.

É à luz desses contextos e interesses dominantes que se podem compreender fenómenos que, sendo atualmente frequentes em África, também foram ou são vivenciados por universidades de outras regiões, como: o cerceamento da liberdade académica; a pressão produtivista sobre os docentes em detrimento da aposta na qualidade; o condicionamento no acesso aos financiamentos; a interferência na autonomia da universidade e as práticas de instrumentalização em função dos interesses dos grupos dominantes, etc.

Em África, apesar do crescimento do ensino superior nas últimas décadas, o acesso a este nível deafrica2 ensino é ainda restrito, a produção autóctone do conhecimento é limitada, as condições de funcionamento são geralmente precárias e as baixas remunerações e outros fatores de desmotivação agravam a fuga de cérebros. Estes problemas, que afetam a maioria das universidades africanas, têm origem não apenas em crises económicas mas também em políticas inadequadas, nomeadamente a insuficiente assunção do papel da universidade no desenvolvimento dos países, apesar de, nos discursos, os decisores, a nível dos estados nacionais e das organizações internacionais, admitirem a indispensabilidade da universidade para o futuro da África.

Para vencer estes desafios e potenciar a participação das universidades africanas na promoção do património mundial do conhecimento e na transformação dos respetivos países, é imperiosa a mobilização de sinergias, através de alianças no seio dos estados nacionais e das próprias universidades, e de alianças externas, nomeadamente no âmbito da cooperação académica Sul-Sul. Tais alianças exigem, no entanto, como condição prévia, que os decisores, as elites e os intelectuais africanos, em particular os docentes universitários, assumam o compromisso ético de se engajarem na causa do progresso dos respetivos povos, para o que concorre decisivamente a promoção de um ensino superior de qualidade.

Leia, a seguir, o texto integral, que serviu de base para uma conferência realizada em Outubro de 2015, na Universidade Federal do Pará, no âmbito de uma colaboração académica com a casa Brasil-África:

Ensino Superior em África_Out.2015

Praia, Outubro de 2015.

Bartolomeu L. Varela

Universidade de Cabo Verde

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 15:32

O “Programa Brasil-África: Histórias Cruzadas”, iniciativa conjunta da Representação da UNESCO no Brasil, do Ministério da Educação e da Universidade Federal de São Carlos, tem por objetivo principal dar visibilidade e reconhecimento à intersecção das histórias africana e brasileira, transformando e valorizando positivamente as relações entre os diferentes grupos étnico-raciais que constituem o Brasil.

Assim, na sequência da publicação da versão portuguesa da Coleção História Geral da África da UNESCO, em 8 volumes (que divulgámos oportunamente nesta página) e correspondendo às disposições constantes da Lei n° 10.639 de 2003, que vão no sentido da inclusão do ensino da história da cultura afro-brasileira e africana desde a educação básica, o “Programa Brasil-África: Histórias Cruzadas” tem-se empenhando na produção e divulgação de materiais pedagógicos para todos os níveSistese da coleçao da Historia Geral da Africa1.bis educacionais, sendo o seu primeiro produto a “Síntese da Coleção História Geral da África”, publicada em dois volumes.

Estes dois volumes pretendem fornecer subsídios para os investigadores e os estudantes, bem como para a prática pedagógica de professores responsáveis pela educação básica, com o objetivo de ampliar seus conhecimentos em relação à história e à cultura africanas.

O volume I, que se compõe de quatro capítulos, apresenta o resumo dos quatro primeiros volumes da edição completa da coleção História Geral da África, abarcando os períodos desde a pré-história até o século XVI.

O volume II resume os restantes quatro volumes da edição completa da História Geral da África coleção, correspondendo ao período que vai do século XVI ao século XX. 

 

Pode igualmente aceder, gratuitamente, aos dois volumes, em PDF, clicando nos links que se seguem:

 

Volume I: http://unesdoc.unesco.org/images/0022/002270/227007POR.pdf

 

Volume II: http://unesdoc.unesco.org/images/0022/002270/227008POR.pdf

 

Praia, 2 de Agosto de 2015.

 

Ph.D. Bartolomeu L. Varela

Universidade de Cabo Verde

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 12:35

ACH.jpg

Tendo em conta os "avanços alcançados pela humanidade no que respeita ao acesso à informação, a construção de sociedades baseadas no conhecimento, bem como  interligação entre as ciências e as humanidades, numa lógica de inter e transdisciplinaridade," a Academia das Ciências e Humanidades de Cabo Verde - ACH-CV apresenta-se como um fórum  de "debate e proposta de soluções das grandes questões de desenvolvimento do país e sua integração dinâmica nas comunidades mundiais ancorando no valor do conhecimento" - lê-se na Nota de Imprensa difundida no final da primeira assembleia-geral da Academia, que teve lugar no dia 10 de Julho de 2015, nas instalações do Instituto Internacional de Língua Portuguesa – IILP, na Cidade da Praia.

 

Leia mais: A Academia das Ciências e Humanidades de Cabo Verde propõe-se afirmar como instituição credível ao serviço do desenvolvimento

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 13:15

Em face das limitações financeiras do Estado e das famílias, a existência de um modelo adequado, e ficiente e eficaalunos Unicv.jpgz de financiamento das bolsas de estudo apresenta-se como uma das maiores prioridades da política de ensino superior, posto que contribuirá, de forma decisiva, para a sustentabilidade financeira das instituições de ensino superior e para a promoção da qualidade de desempenho académico das mesmas. Dada a sua centralidade na política de ensino superior, impõe-se uma mudança urgente da situação atual, caraterizada pela existência de um enorme défice de resposta à procura de apoios à frequência do ensino superior. Caso assim se proceder, este pequeno país de desenvol

vimento médio logrará traduzir de modo mais consequente a aposta na formação e especialização dos seus “recursos” humanos, encarada, de resto, como condição necessária para poder alcandorar-se ao patamar de crescimento, competitividade e progresso a que aspira.

.

Leia mais através do link:

Financiamento e sustentabilidade do ensino superior cabo-verdiano – A centralidade das bolsas de estudo

 

 

Praia, Junho de 2015.

Ph.D. Bartolomeu L. Varela

                                                                                                              

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 22:44

No contexto do ensino de elite, a inclusão educativa parecia um dado adquirido, posto que os alunos, provenientes, sobretudo, das classes dominantes, não só tinham o privilégio do acesso à educação como condições favoráveis para o sucesso escolar. No contexto da escola de massas, o reconhecimento da educação como direito de cidadania revoluciona a escola trazendo para o seu seio uma grande heterogeneidade de discentes, em termos de condição económica e social, género, cultura, raça, etnia, etc., facto que torna mais complexo o trabalho docente no sentido de promover uma ação educativa que, atendendo às necessidades educativas dos alunos, lhes proporcione oportunidades para o almejado sucesso escolar. Se, em Cabo Verde, a inclusão constitui uma opção de política educativa, questiona-se a sua efetividade ao nível das práticas educativas e analisam-se alguns dos desafios a serem enfrentados na consecução deste desiderato.

Palavras-chave: educação, diferença, inclusão, sucesso

Este resumo faz parte do texto integral de uma comunicação que apresentámos ao I Congresso Cabo-verdiano de Educação Inclusiva realizado na Praia nos dias 4 e 5 de Dezembro de 2014 e que publicamos a seguir:

 

Efetividade e desafios educaçao inclusiva CV 

 

Praia, 25 de Abril de 2015.

Ph.D. Bartolomeu L. Varela

Universidade de Cabo Verd

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 17:01


Mais sobre mim

foto do autor


Arquivo

  1. 2020
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2019
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2018
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2017
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2016
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2015
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2014
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2013
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2012
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2011
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2010
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2009
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2008
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2007
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D