Não obstante as profundas e aceleradas mudanças que ocorrem no contexto da globalização e da sociedade do conhecimento, em que vivemos, inúmeras são as influências do velho paradigma civilizacional e cultural nas nossas vidas. Em relação à educação, a realidade é complexa, posto que, a par dos avanços significativos, que se expressam, designadamente, na expansão do acesso à educação a diversos níveis, confrontamo-nos com problemas e desafios que devem ser encarados numa perspetiva inovadora, quer em sede de formulação das mega e macropolíticas, quer em termos de assunção de um maior e mais consequente protagonismo das meso e microestruturas educativas, em especial dos gestores, professores e alunos, enquanto sujeitos e garantes do sucesso das políticas, reformas, mudanças e inovações no setor da educação.
Nesta comunicação, além de se proceder a uma breve revisão da literatura sobre os conceitos e fundamentos da inovação educacional, pretende-se evidenciar que, a despeito das tendências de centralização, recentralização e uniformização das políticas educativas, existem espaços e oportunidades de uma abordagem interpretativa, reflexiva e inovadora da educação e do currículo nos contextos locais e de escola, ilustrando esta tese com uma experiência em curso no concelho da Praia (Cabo Verde) com a elaboração autóctone de projetos educativos e curriculares.
Este é o resumo do texto de base da Conferência proferida no “III Fórum Pensar a Educação nas Ilhas de Santiago e Maio”, realizado na cidade de Assomada, nos dias 3 e 4 de Outubro de 2014
Pode ler o texto integral através do link que se segue:
No processo de globalização hegemónica da educação, com repercussões ao nível das políticas educativas nacionais, são evidentes as pressões no sentido da uniformização dos currículos escolares. Todavia, o currículo não envolve apenas a dimensão instituída ou prescritiva, havendo, pelo contrário, ao nível das escolas, um espaço de apropriação, recriação e inovação no âmbito da realização do currículo (dimensão instituinte). Desta sorte, o processo de globalização não exclui, antes exige, que a escola, no quadro da autonomia que lhe conferem os normativos, assuma os desafios da promoção da qualidade, tendo em conta a sua especificidade institucional e contextual, através de projectos educativos e curriculares, concebidos e realizados mediante um amplo envolvimento dos agentes educativos e da comunidade.
As escolas, enquanto elementos integrantes dos sistemas educativos, são organizações peculiares que, no cumprimento da sua missão e funções essenciais, tendem, em regra, a transformar-se em instituições, e cuja administração se processa num quadro em que as funções de planeamento, organização, direcção, execução e controlo do cumprimento dos seus fins são exercidas de forma integrada e sistemática, tendo em vista a eficiência e a eficácia na prestação do serviço educativo e, por consequência, a busca da excelência da educação, aferida em função da missão e das funções específicas da educação escolar. Este é o pano de fundo em que se estrutura o presente trabalho sobre Administração Educativa, no âmbito do qual abordamos conceitos básicos que relevam da asserção precedente e, do mesmo passo, procuramos clarificar alguns dos meandros, formas e instrumentos que constituem o modus faciendi, ou seja, as vias, formas e instrumentos pelos quais deve realizar-se, em sentido amplo, a administração da educação e das escolas. A primeira edição deste manual data de 2008. Na 2ª edição, fazem-se breves revisões à edição anterior, em termos formais e de conteúdo, mantendo-se, contudo, a singeleza da abordagem das temáticas, para que seja acessível a todo(a)s o(as) que pretendam compreender os referenciais básicos da administração da educação.
No link que se segue pode aceder ao texto integral do manual:
As Edições Uni-CV, da Universidade de Cabo Verde, publicaram, na colecção “Aula Magna”, nº 3, o meu livro “A evolução do ensino superior público em Cabo Verde: da criação do Curso de Formação de Professores do Ensino Secundário à instalação da Universidade Pública”, que retoma parte dos estudos empíricos desenvolvidos na minha tese de doutoramento em Ciências da Educação, concluída em Outubro de 2011 e defendida a 7 de Maio de 2012, na Universidade do Minho.
Prefaciado pela ilustre Professora Doutora Maria Adriana Carvalho, o livro está disponível em versão digital através do link:
As Edições Uni-CV, da Universidade de Cabo Verde, fizeram publicar, na colecção “Aula Magna”, nº 2, o meu livro “A Universidade, o currículo e o conhecimento: das origens aos tempos actuais”, que retoma parte da minha tese de doutoramento em Ciências da Educação, concluída em Outubro de 2011 e defendida a 7 de Maio de 2012, na Universidade do Minho.
Prefaciado pelo ilustre Professor Doutor Carlos Belino Sacadura, o livro foi publicado em versões digital e impressa.
Pode aceder à versão digital do livro através do link:
As Edições Uni-CV, da Universidade de Cabo Verde, fizeram publicar, na colecção “Aula Magna”, nº 1, o meu livro “O Currículo e o Desenvolvimento Curricular: concepções, práxis e tendências”, que retoma parte da minha tese de doutoramento em Ciências da Educação, concluída em Outubro de 2011 e defendida a 7 de Maio de 21012, na Universidade do Minho.
Prefaciado pelo ilustre Professor Doutor Marcelo Galvão, o livro encontra-se publicado em versões digital e impressa.
Pode aceder à versão digital do livro, publicada em Março de 2013, através do link:
Face às tendências de internacionalização do ensino superior, em que as lógicas de hegemonização e uniformização segundo os ditames da economia e do mercado vêm influenciando crescentemente as políticas estaduais, seja através de formas subtis de legitimação do conhecimento válido, que deve ser produzido e disseminado na academia, seja através dos mecanismos de regulação transnacional e supranacional, mediante a imposição de standards e de procedimentos avaliativos que sobrevalorizam os resultados prescritos em detrimento da análise dos contextos e processos de desenvolvimento das actividades académicas, a política de ensino superior cabo-verdiana, delineada ao nível dos discursos e dos normativos, caracteriza-se por um eclectismo algo paradoxal, posto que, do mesmo passo que evidencia o alinhamento com as referidas tendências, traduz o propósito de promover a cultura, a identidade e as especificidade nacionais, em ordem a assegurar-se o desenvolvimento humano e sustentável do país. Nesta comunicação, analisa-se em que medida o eclectismo presente nas opções de política de ensino superior cabo-verdiano e de outros países constitui um pretexto e uma oportunidade para a instauração e ou reforço de lógicas contra-hegemónicas e solidárias na abordagem da missão, autonomia e funções das academias. Assim, defende-se a possibilidade de, a par da internacionalização do ensino superior através de redes colaborativas, as universidades explorarem, até à exaustão, as oportunidades de inovação nas práticas de gestão e realização dos currículos, com a devida tradução das especificidades nacionais, mediante uma abordagem criativa e emancipadora. Trata-se, em suma, de construir e desenvolver, a nível de cada academia e nas relações interuniversitárias, espaços de promoção do conhecimento universal, sem obliterar o potencial de conhecimento novo susceptível de ser gerado a partir das realidades locais, mas antes assumindo, na plenitude, o desafio da tradução do global e do local, enquanto dimensões inseparáveis da natureza da instituição universitária.
A abordagem curricular por competências, enquanto fenómeno recente no discurso educativo em Cabo Verde, corre o risco de não passar de mero modismo, sem se traduzir numa inovação efectiva ao nível das práxis educacionais, se não for correctamente compreendida pelos diversos actores envolvidos na obra educativa e, em particular, nos processos de deliberação, gestão e realização dos currículos escolares.
O presente artigo procura esclarecer alguns equívocos que em Cabo Verde, como em outras latitudes, acompanham a defesa da pedagogia por competências. Assim, importa elucidar que a abordagem curricular por competências vem aprofundar, entre outras, as abordagens por conteúdos e por objectivos e não, pura e simplesmente, substituí-las, por serem, alegadamente, tradicionais. Outrossim, no contexto da educação escolar, as competências não devem ser encaradas numa perspectiva redutora, focalizada na transferibilidade de conhecimentos para o mercado de trabalho, mas, fundamentalmente, no sentido da mobilização do conhecimento escolar para a resolução dos problemas nos diversos contextos ou situações da vida, que não se esgota no mercado.
Este é o resumo do artigo cujo texto completo encontra-se publicado no Portal do Conhecimento de Cabo Verde e ao qual pode aceder através do seguinte link:
O presente artigo analisa as opções de política educativa e curricular em Cabo Verde, à luz dos documentos oficiais, confrontando-as com as tendências internacionais e com a realidade concreta do país, de modo a evidenciar as perspectivas, os paradoxos e os constrangimentos que envolvem os propósitos de mudança educativa e curricular neste pequeno país do Atlântico Médio.
Fazendo eco das discussões sobre o papel da educação e do currículo, assim como da natureza do conhecimento, em sede da definição das políticas educativas, o texto não só analisa as principiais directivas e orientações que servem de referência para as políticas de educação e do currículo em Cabo Verde como procura esclarecer em que medida tais opções são influenciadas pelas tendências de globalização hegemónica, visando a uniformização educativa e curricular e ou traduzem a realidade específica do país. Face aos propósitos ambiciosos de mudança educativa em Cabo Verde, o texto invoca o contexto educacional cabo-verdiano para evidenciar algumas fragilidades e ambiguidades do processo de desenvolvimento curricular, que requer novas e mais adequadas abordagens, a todos os nívei, com enfoque particular no ensino básico e no ensino secundário.
Este é o resumo do artigo que data de Fevereiro de 2012 e cujo texto integral pode ler através do link:
A mudança paradigmática que se propugna no modo de encarar a formação superior na Uni-CV implica que, a par da ênfase no aprimoramento do conhecimento científico, mediante a elevação do grau académico, seja consequentemente valorizada a vertente pedagógica, assumindo-a não apenas como um elemento adicional do perfil do docente do ensino superior, mas como uma exigência inelutável da qualidade da formação, posto que, ao cabo e ao resto, se trata de conceber formas adequadas de lidar com o conhecimento científico, seja na forma como o mesmo é produzido (pela investigação), seja no modo como esse conhecimento é apreendido e apropriado pelos estudantes, através do processo de ensino-aprendizagem, seja ainda em termos de disseminação do conhecimento (produzido e aprendido) no seio da sociedade, no âmbito da extensão.
Este é o resumo do texto de uma comunicação proferida nas I Jornadas Pedagógicas da Universidade de Cabo Verde, realizadas de 22 a 26 de Abril de 203, que aqui se reproduz na íntegra (queira seguir o link):